Para começo de conversa se Motel fosse bom não começava com M, de funcionário Marcelo, né? Ahahaha vocês gostaram dessa, vai. Mas o negócio é o seguinte, chega dia 12, Dia dos Namorados, esse safado já começa rodear você logo no meio da tarde no WhatsApp com brincadeirinha besta, com uns áudio meio errado e até nos finados SMS (sigla que significava Short Message Service, era tipo uma mensagem no passado). Ou seja: tá querendo te levar para motel hoje à noite.
Muito cuidado, meninas!
Um conhecido meu estava nessa mesma pegada, conhecia a mina já há um tempo, da academia – não de ginástica, mas da Academia Brasileira de Observadores de Colibris (ABOC), ambos eram exímios passarinheiros. Conversa vai, conversa vem, canto de coleirinha para lá, preço de gaiola para cá, foi amor à primeira vista. Marcaram de se encontrar, deixaram uma pasta de MP3 com cantos de aves para o passarinho aprender a cantar e, quando se deram conta, já haviam feito amor, a pasta de cantos tinha acabado e o canarinho já estava arranhando umas músicas do CD novo do Tiziano Ferro.
Enfim, mas esse meu conhecido sempre foi muito segurão, avarento; dava umas pesquisada em preço antes, eu conheço a fera.
Pois para um fatídico Dia dos Namorados falaram para ele de um tal Motel na beira da estrada, que era um lugar meio afastado, mas se a lua estivesse bonita ia ser algo impressionante.
Bom, ele vendeu essa paisagem digna de Santorini para a gata e, chegando lá, o lugar era o cativeiro onde acharam o Saddam Hussein quenem um tatu-peba.
Mas tudo bem, começo de namoro, é aquele fogo azul que queima a noite inteira quando escapa o lacre do botijão de gás em festa de república.
Pediram serviço de quarto, serviram champagne, quando veio a água ele ainda esnobou: “opa, água em garrafa de vidro, isso aqui é sinal de boa hotelaria”. A menina ignorou o comentário, estava começando o Serginho no Altas Horas e era um programa especial para o aniversário dele – uma das datas de nascimento do apresentador é justamente no 12 de junho.
Enfim, a coiseira rolou bem ali, mas não vou entrar em detalhes pois esse não é um site de contos eróticos. Ainda.
A tragédia
Acreditem vocês que, pela manhã, não pediram café da manhã no quarto. Meio-dia, sequer fizeram a imperdível escolha do filé Executivo, que estava incluso na pernoite do Dia dos Namorados – isso ele jamais perderia.
Passaram-se 4 horas do fechamento da diária e, diante do silêncio no local, a polícia foi chamada. O que encontraram foi uma cena de horror: sob a cama de alvenaria, havia um buraco e, de lá, uma jararaca-ilhoa saiu no meio da noite e, altamente venenosa, picou os dois, provocando a morte instantânea do casal e se suicidando logo em seguida.
Especialistas foram chamados até o local e, revirando o buraco da cobra, descobriram ali o maior santuário de serpentes da América Latina, com mais de 412 espécies. Elas formavam uma sociedade paralela, cujo líder King Naja, passava por problemas políticos para se manter no comando do serpentário – descobriram um documento dele no Butantan onde constava que ele usou, durante anos, a identidade falsa de naja – na verdade, ele não passava de uma urutu-cruzeiro.
Happy Valentine’s Day <3!
Paramédico Voador
13/06/2016 — 22:06
Com licença, “funcionário Marcelo”, tudo bem? Tendo lido quatro textos seus, preciso dizer-lhe que deveria procurar um emprego, dedicar seu tempo a algo produtivo, ainda que no anonimato (não há nada de errado com isso). Você faz uma força danada, só que não consegue se sobressair. Seus textos são ruins. O que está fazendo “não é a sua praia”. Deixe de lado a soberba, as ilusões de grandeza, e seja homem. Vá à luta, com a pastinha de currículos em punho, bem cedo, às agências de emprego – call center, vigilante, empacotador, o que seja. Não fique nesse marasmo, pois o tempo passa, e só se vive uma vez. Quem avisa, amigo é. Que Deus o abençoe e ampare, colocando sua vida no eixo. Cordialmente, Paramédico Voador
funcionário Marcelo
13/06/2016 — 22:46
Obrigado pelas sugestões. Vou considerá-las para uma eventual recolocação profissional!