Foi você quem me fez assim

Wilson Bispo: um bairro em homenagem ao Mestre

“Professor, não consegui aprender”.

Essa frase simplesmente não era admitida por Wilson Augusto Bispo. Conhecido docente na Escola Estadual Professora Maria Angélica Marcondes (à época, ainda chamada Industrial), levava a paixão do ensino ao pé da letra.

Conforme lembra a filha Marivana, “meu pai além de educador, era amigo dos alunos e, muitas vezes, confidente – enquanto ele não aprendesse, não desistia, queria descobrir qual era a dificuldade que o aluno atravessava”.

Bispo é um nome importante na história de Pirajuí. Além da nobre carreira como professor, fera na área da Contabilidade, também trabalhou no comércio (foi contador da extinta loja Móveis Virgílio) e, também, duas vezes vereador pelo PDS (partido sucessor do ARENA, mas que foi extinto em 1993) na Câmara Municipal de Pirajuí.

A arte de ensinar: Prof. Bispo entrega diploma a estudante – aos fundos, o olhar maravilhado da saudosa Maud Pires Arruda

Um mineiro em Pirajuí

Nascido em Junho de 1934, Bispo veio de Teófilo Otoni (MG) com destino a uma vida melhor no Estado de São Paulo.

Chegou em Pirajuí, foram trabalhar e morar na extinta CAIC – quem se recorda do local, que foi uma antiga escola agrícola?

Em Marília, na Unimar, formou-se em Pedagogia, Letras, Ciências Econômicas e Ciências Contábeis.

Bondoso, alegre e muito popular. Bispo partiu cedo e deixou muitas saudades

Figura muito popular na cidade, estava sempre presente nos eventos do município e era extremamente conhecido, muito querido por todos.

Além da Industrial, foi docente no Colégio Comercial 29 de Março, instituição muito importante na vida e formação de muitos pirajuienses.

Acreditava tanto no poder recuperador do conhecimento que também o compartilhava com aqueles que estavam buscando a ressocialização – mesmo aos 60 e poucos anos, lecionava para presidiários da Penitenciária Dr. Walter Faria Pereira de Queiroz, a P1 de Pirajuí.

Bispo ao lado da filha Marivana

Homem de família

Casado com Dona Margarida, teve cinco filhos – e sete netos. Aliás, sou amigo de infância de um de seus netos, André Bispo (grande Bispão!!!), que hoje também vive aqui pelos lados de São Paulo, capital.

Partiu cedo, aos 62 anos, em um dia de novembro do ano 1996. Ainda estava bem na ativa – tinha grades de aulas tanto no Comércio quanto na Penitenciária 1. No entanto, não resistiu às complicações de uma cirurgia realizada no renomado hospital da Unesp, em Rubião Jr., distrito de Botucatu (SP).

A cidade sentiu muito sua perda. Mesmo criança, me recordo de meus familiares tristes, comentando o ocorrido. Seu jeito alegre, amigo e bondoso ficaram marcados em Pirajuí.

Foto rara ao lado de figuras de Pirajuí: Elídio Carromeu, Jovelino, Tadashi, Edson Egea, Ana Maria Alarcon, Luiz Francisco Giglio, Elias Aruth, Coleta, Agostinho Felício, Kojima, Nabil Nahsan e Wilson Bispo. (foto: acervo pessoal de Ana M. Alarcon)

Mas logo os vereadores encontraram uma maneira de eternizar o professor e personalidade local: ao extenso bairro recém-inaugurado, o Pirajuí C, deram o nome Núcleo Habitacional e Residencial Professor Wilson Augusto Bispo.

Sua paixão por ensinar e construir um mundo melhor era tão grande que ocupou o tamanho de uma comunidade inteira!

Para finalizar, uma frase sua que deixou como legado a todos nós, pirajuienses:

“Quanto mais você estudar, mais se aprende. Nunca pare, estude sempre – podem lhe tirar tudo, menos seu conhecimento”.

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