Vocês adoram esse seriado Como Conheci a Senhora Sua Mãe (How I Met Your Mother) né? Eu também. Ele é descolado e faz lembrar de uns amigos que nós temos… Na verdade apenas de uns amigos imaginários, idealizados, porque sua turma nunca é assim tão redondinha quenem nessa série. Na vida real nós sempre temos o amigo preso, o amigo bipolar, o amigo que pega a mulher dos outros, o amigo que faz tatuagem com erro de português, o amigo que apaixona-se e foge com seu tio-avô, deixando sua tia-avó desconsolada, coitada. Ela nunca percebeu nada.
Aliás, essa série acabou né? Como estou vendo na Netflix eu não manjo quando aconteceu e nem qual foi o final – então pelo amor do bom Deus, não me venha com Spoilers – O Dedo Duro.
Mas vamos lá… How I Met Your Mother nada mais é que uma série engraçadinha de amigos descolados vivendo em Nova York. Foi assim em Seinfeld – Um Comediante Falastrão e, também, em Friends – Os Grandes Amigos. A Big Apple também é cenário de outras grandes séries de sucesso mundial, mas que não são de humor: como Barrados no Baile e SOS Malibu. Essa última aí foi responsável pelo boom da indústria do silicone estético, até então um segmento forte apenas no setor automotivo.
Em Nova York tudo funciona bem, toda filmagem fica boa. O diálogo pode até não ser bom, mas se tiver um Empire State Building ou um táxi amarelo no fundo (agora é mais Über né) já ajuda. Imagine uma cena de Seinfeld rodada em Lins (SP)? Ou se o barzinho cenográfico do Friends fosse no Gonzaga, em Santos (SP).
A série nada mais é que um eterno flashback do protagonista Ted Mosby, um sujeitinho excelente, arquiteto e eterno romântico. O mote da coisa toda é ele narrando para seu casal de filhos os acontecimentos que rolaram até o dia que ele conheceu a mãe deles – e nessa brincadeira aí vão trocentas temporadas da série e uma cacetada de dólares aos produtores.
Ted tem um melhor amigo, um grandão bobão Marshall. Esse é um figura! Pau para toda obra e uma espécie de anjo da guarda trapalhão. Marshall é casado com uma ruivinha lá que eu nunca lembro nome, mas é uma das protagonistas, vai por mim. É que estou com medo de entrar no Wikipedia para ver e ela aparecer aquela mensagem pedindo o dinheirinho. Eu não gosto de negar – porque acho uma baita causa nobre – mas estou esperando virar o mês por causa do meu ordenado.
Robin é uma morenona coisa mais linda, pele branquinha, boquinha boa de beijar. Ela é um furacão de mulher que, de cara, chega no seriado para ser o par do Ted Mosby. Logo não vira nada a relação e eles se convertem em grandes amigos, etc. Ela é canadense e força um pouco a amizade com algumas interpretações cômicas, mas no geral é bem agradável. Notei que lá pelo meio da série ela deu uma desleixada, mas logo ficou um avião de novo.
Por fim, existe uma espécie de instituição, chamada Barney Stinson, que é a personificação do calhorda a níveis estratosféricos. É tipo aquele seu amigo que está bem de vida pra caramba mas ficou cuidando da faculdade, MBA, intercâmbio e, nesse meio tempo, não arranjou namorada, daí fica todo arrumadão indo para o Villa Country de terça-feira dar uma olhada no movimento.
Apesar do eterno ar de sitcom, How I Met Your Mother consegue mesclar bem humor, emoção e o eterno sentimento de amizade no melhor estilo de apresentação no telão de baile de formatura.
O recurso do flashback, amplamente utilizado, dá frescor e rapidez à trama, mas também, se você der uma bobeada para mexer no Snapchat, pronto, perde o fio da meada.
Eu quero que se exploda a maneira como o Ted conheceu a mãe dos filhos dele. Mas essa série fala pra gente que essa turma que fica ao nosso lado, por anos e anos, que vai para a balada, que ajuda em mudança, que cobre um cheque na camaradagem no dia 15. Essas pessoas são uma base indispensável para vivermos bem a nossa vida.
Agora, se você assiste How I Met Your Mother e percebe que não sobrou ninguém assim ao seu redor… Meu amigo, é hora de você se preocupar com isso e procurar pessoas que possam ser os Marshall, Barney, Robin e a ruivinha que eu não lembro o nome da sua vida. Vai por mim.
Você já tentou fazer natação no SESC? Tem um pessoal legal lá.
Imagens: Divulgação
Marcos
11/01/2016 — 03:28
Queria ter pessoas como eles na minha vida pacata.