Eu jogo Call of Duty faz muito tempo, meninada. Desde a época em que ele se chamava Counter Strike… Depois mudaram o nome dele no cartório para Medal of Honor, mas daí ninguém entendeu nada porque os “hominhos” foram desenhados de forma muito feia, parecia aquele filme que não serviu para nada, Cônicos e Cômicos – aliás, a não ser para o Red Hot Chilli Peppers lançar aquela música Lado B que você usa como sabedoria para xavecar as minas moderninhas.

Você precisa manjar duas coisas sobre a série de videogame Call of Duty: 1) é de guerrinha; 2) é em primeira pessoa, esse gênero que inventaram a sigla FPS (Feira Plana Sorocaba).

Quando você pega um controle para jogar CoD, o botão analógico esquerdo faz o hominho andar, o da direita faz ele olhar. À primeira impressão, essa dinâmica pode confundir um pouco sua cabeça, mas depois é quenem dirigir carro com embreagem, após 100 metros você já está tranquilo, buzinando para mulher dos outros. Inclusive, se tu solta um desses na mão de uma pessoa que não está mais com idade para mexer com videogame, ela fica toda perdida (aliás, quem tem labirintite muito ferrada também não costuma se sair muito bem). Daí automaticamente tu tem que consolar o sujeito: fica assim não, vai mexer com pescaria, paintball, mergulho… Curtes kart indoor?

Call of Duty é tiro para tudo que é lado, umas armas de dar gosto, cada metranca, granada e bomba de fumaça que arriégua! Tem ainda um detalhe fundamental: a mira. Além de atirar quenem um maluco, há um botão em que você mira no seu alvo, dando uma aproximada do danado. É uma delícia, você se sente o Rui Chapéu da pontaria na luta armada moderna. O que esses vagabundos não avisam – depois você me agradece por isso – é que essa mira aproximada te vicia. E isso vai fazer uma falta quando começar a entrar no mundo Multiplayer, onde você pode guerrear online, em tempo real, com crianças e maridos esperando a esposa tomar banho do mundo todo. Pois essa mira tira alguns milésimos de segundo do seu desempenho… E nas arenas virtuais, meu amigo, esse tempo é o equivalente a velocidade do elevador quando você está chegando no apartamento com caganeira.

Pelo que eu entendi existem duas grandes famílias em CoD: Modern Warfare, ou a guerrilha moderna; e Black Ops, ou os primeiros da turma. Gosto muito de Black Ops… Principalmente porque eles têm um modo de jogo excelente por demais, o modo Zombies. Esse modo eu nem vou falar muito pois é muito fácil de viciar e tô sabendo que a coisa já não está muito boa entre você e sua namorada, ainda mais depois que ela foi sozinha para aquele hotel fazenda em Ribeirão Pires.

Aqui tem só uma parte dos títulos da franquia... Ainda existem outros 56 jogos da série (foto: YouTube)
Aqui tem só uma parte dos títulos da franquia… Ainda existem outros 56 jogos da série (foto: YouTube)

Agora… Além do Multiplayer foda e esses games paralelos, a família Call of Duty sempre caprichou no “Modo História”. São tramas absurdas, cheias de reviravoltas, com atores reais (geralmente lado B, ou fora da lista de prediletos de Walter Negrão)… Vende que é uma beleza. Enquanto a história vai acontecendo, você tem que ficar quenem um trouxa assistindo ao povo falar, mas deram de lambuja o direito de mexer os olhos, pelo menos (virar o zóinho).

O que mata é que… Não importa a edição do Call of Duty, não importa o tema… É sempre um sofrimento da porra! O cara não podia simplesmente servir o exército, ir para a missão, dar tudo certo, pegar aí uns US$ 30 mil e entrar para a reserva, voltar para a casa curtir os filhos numa casinha com portão baixo em Kingman, Arizona… Não. Nunca! É um sofrimento, perde perna, explode braço, morre amigo do peito, ou então o amigo do peito era o vilão infiltrado, pega drone, explode botijão de gás… Jesus…

Eu gosto dessa pancadaria, mas esse drama mexicano toda vez, todo jogo, em toda bateria… Falar para você, eu não aguento mais 80 anos mexendo com isso…

 

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