Foi você quem me fez assim

Há 10 anos: Tito Madi emociona o centro de São Paulo na Virada Cultural

Após a excelente repercussão de nossa homenagem com o vídeo Tito Madi: Filho de Pirajuí, que teve milhares de visualizações (MUITO OBRIGADO PESSOAL!!!), aproveito para relembrar uma data histórica na vida de um dos mais famosos conterrâneos.

Na Virada Cultural 2007, há dez anos, realizada pela Prefeitura de São Paulo, Tito Madi fez um show bastante intimista e emocionante, em um palco que reuniu apenas artistas da velha guarda da música popular brasileira.

A apresentação foi muito marcante e, na época, escrevi o texto abaixo em algumas publicações, como o semanário O Alfinete, em Pirajuí, na época sob a edição do Pedrinho Pavanato, filho do inesquecível Marcelo, que durante anos foi o coração e a alma da publicação – não se esqueçam que o próprio Tito Madi foi colunista do jornal.

Inclusive, nessa conversa recente que tive com o artista em seu apartamento no Rio de Janeiro, Tito revelou que possui grande interesse em reunir em um livro alguns desses seus pensamentos publicados no jornal. Estamos no aguardo!

Segue o texto sobre esse show tão especial!

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Centro de SP canta Tito Madi

Originalmente publicado em O Alfinete, em maio de 2007, Pirajuí (SP)

O palco foi montado na Avenida Vieira de Carvalho, ao fundo, os prédios em perspectiva acompanham a Rua Aurora, a história toda acontece a cem metros da Praça da República. Por sinal, uma história que já foi vivida por seu protagonista, há 50 anos, momento em que um jovem Tito Madi deixava Pirajuí em busca da carreira musical na Capital. Ao perceber que as maiores oportunidades estavam no Rio de Janeiro, o cantor deixa São Paulo e segue rumo a uma trajetória de grande sucesso, que se espalharia por todo Brasil.

Domingo, 6 de maio de 2007, projeto Virada Cultural da Prefeitura de São Paulo. Às 15h30 tinha início mais um show do Palco Vieira de Carvalho. Já emocionados com a sublime apresentação de Doris Monteiro, o seleto público formado por jovens e, em sua maioria, não tão jovens, se preparava para um momento bastante singular: a volta da voz de Tito Madi, preenchendo os corredores entre os prédios daquela mesma São Paulo boêmia, que o acolheu no início de sua vida musical. Ao seu lado, a simpatia – que só não é maior que a técnica no piano – do músico Haroldo Goldfarb.

Tito Madi
Público lotou o palco improvisado no centro de São Paulo e, em seguida, Tito Madi deu autógrafos por 40 minutos

Ainda nos bastidores, troco meia dúzia de palavras com o cantor, rodeado de amigos e fiéis escudeiros, alegre pela visita dos conterrâneos. Conforme sobe ao palco, acompanho mais uma vez um fenômeno único, inexplicável, quase paranormal, em que num passe de mágica a figura próxima do Chauki Madi, ainda com suas raízes da Estiva Grande, dá lugar ao showman, o romântico eloquente que a cada história e comentário bem colocado apaixona todo tipo de platéia. Isso porque ainda não falei das músicas!

O nada egoísta repertório valoriza amigos, lembranças e emoções de meio século da arte. Os pontos altos do show ficaram por conta de suas imortais composições como Não Diga Não, Cansei de Ilusões e Chove Lá Fora. Impressionante a reação do público aos primeiros acordes de Balanço Zona Sul, em que bastou uma brincadeira inicial de Goldfarb com seus dedos, para que todo o centro de São Paulo caísse no ritmo de uma das músicas mais famosas de Tito.

Da plateia ouviam-se legítimas declarações de amor ao ídolo que, sob uma demorada salva de palmas em pé, não conteve a emoção: “posso dizer que este foi um dos melhores shows que fiz em toda minha vida”. Certamente isso explica os 40 minutos de autógrafos e beijos dados aos fãs após o fim do espetáculo. Dá-lhe Tito!

 

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