O EXPRESSO GALILEIA – Pe Benedito Figas

Presença absoluta nas listas de mais vendidos, a obra de Figas tenta acompanhar o trem desse filão dos títulos religiosos de auto ajuda. Segundo o autor, daí o título “Expresso”, uma vez que não há nenhuma referência ao termo no miolo do livro.

Em busca de público, seu próprio nome mudou. Era Pedro Figas, mas alterou em cartório para simplesmente “Pe”, para dar a entender que possui algum título religioso.

A narrativa de Figas começa em Jerusalém, um pouco depois da escolha do Papa João Paulo II. Seu texto flui de forma tão empolgante que, quando o leitor percebe, está em Araçatuba, no interior de São Paulo, numa granja de ovos de avestruz – forte atividade econômica daquela região.

Por falta de conhecimento bíblico, Figas usou citações copiadas de um livro de catequese de um sobrinho seu, filho da irmã Cidônia, do primeiro casamento de seu pai. Cuja esposa, Sueli, morreu muito cedo, infartada. Nova de tudo.

E nem adianta procurar os números dos versículos na Bíblia: foram todos retirados de um jogo de Batalha Naval da GROW™.

Entre fatos desconexos e alguns erros históricos – consta que o nascimento do Menino Jesus foi em 1969, em Birmingham, Inglaterra – trata-se de um livro muito positivo. Vale a pena ler, se não estiver sob uso de medicação forte para depressão.

 

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Quando:

O autor não estará na Flip neste ano. Coincidiu com uma excursão já marcada para o Santuário de Aparecida do Norte, São Paulo, onde ele faz estudos para escrever seu novo livro: Os Talheres de Adão.