Opção 1 – Dar play em Master of None12038454_1155238004505073_7204904557502177415_n

por Encarregado Mauricio

Bom, vamos logo com isso aqui porque tem duas coisas que realmente odeio na vida: stand-up e resenha de série. Master of None traz um Aziz Ansari, stand-upeiro de carteirinha, totalmente à vontade escrevendo, atuando e botando até os pais dele pro meio do elenco.

A magia está em como a série é capaz de criar uma conexão entre as desventuras de novaiorquinos de classe média e você, cidadão de Cornélio Procópio-PR. Lembra daquela vez em que você saiu com alguém, fizeram várias coisas legais, deu tudo mais do que certo e no fim nem beijo teve? Ou então aquela ocasião na qual seu pai ficou reclamando que você não ajuda ele a instalar o Facebook no celular? Dá pra encontrar várias situações parecidas nos episódios.

Em Master of None a vida acontece nos Starbucks da vida, regada a hambúrgueres e negronis
Em Master of None a vida acontece nos Starbucks da vida, regada a hambúrgueres e negronis

Mais legal ainda é a abordagem de temas pouco explorados – como o cotidiano de imigrantes, racismo e preconceito de gênero – de maneira sutil e nada pedante. Master of None não é perfeito e tem escorregadas no roteiro, mas diverte e faz pensar. Não que eu tenha propriedade pra afirmar isso, né? Afinal, tô mexendo com Netflix uma hora dessas ao invés de arrumar árvore de Natal.

 

Opção 2 – Carpir um terreno de capim gordura

por funcionário Marcelo

Quando o Netflix me recomendou via e-mail essa série Master of None (que em português ficou Trabalhando na DDP – Dias e Dias Parado) eu li apenas a descrição e pensei: não vou assistir essa pica – e ainda dei um reply falando um monte para o povo lá. Na realidade tinha recebido no WhatsApp um pedido para carpir um terreno que estava parecendo o álbum de figurinhas Campos e Cerrados, do chocolate Surpresa. (Faço aqui um adendo para mais uma vez reforçar que nossos métodos de eliminação de mato é pura e simplesmente o enxadão e o rastelo, uma vez que o mata-mato Roundup™ é perigoso, vocês estão ligado, né?)

O fato é que acabei assistindo à série e confesso que não gostei muito, não. Larga isso quieto.

 

Fim da resenha.

 

Mentira, vamos lá. É, de fato, como andei lendo por aí na plataforma Twitter, um seriado leve, light, que mostra diálogos gostosos e uma Nova Iorque maravilhosa de se viver, com cafeterias indies, iluminados balcões de bares de hotéis, baladas cosmopolitas – é tudo bom demais. O cartão de crédito não tem fim, o protagonista Aziz Ansari (essa grafia sempre me faz lembrar aquele tiozinho #top Azis Ab’Saber – in memoriam) sempre tem um dinheiro grande no bolso. O cara nem conta os dólares, já mete a mão no bolso interno do paletó e paga sem olhar. Como diz o Braguinha, pai do meu compadre São Braga: “Essas coisas são só em novela, Chica”.

Terreninho bom que a Wikipedia me arranjou hein, vai doer até o lombago para caripr (foto: Wikimedia)
Terreninho bom que a Wikipedia me arranjou hein, vai doer até o lombago para caripr (foto: Wikimedia)

Eu acho que, do ponto de vista técnico, o Aziz quis ser um faz tudo muito grande em Master of None, será que não? Parece um sujeito que conheci em Piquerobi-SP e era o ambulanceiro da única ambulância da cidade. Ele lavava, fazia manutenção mecânica e de equipamentos do veículo. Além disso, era responsável por dirigir e, às vezes, até ajudar nos primeiros socorros. Acho que rolou um pouco disso na primeira temporada do seriado no Netflix – e talvez seja a isso que o meu sobrinho ali em cima se refere, quando fala de problemas técnicos de roteiro. Posso estar errado, né? Quem nunca?

Para arrematar, sobre o conteúdo de Master of None, ao trazer temas constantes nas redes sociais, muitas vezes de forma até tutorial ele quer, sim, instruir, difundir e propagar o bem. Não que a proposta do roteiro seja ter a solidez de uma House of Cards, Mad Men ou Rainha da Sucata, mas às vezes, sei lá, parece que ele está botando isso no conteúdo da série pura e simplesmente para ganhar “cliques”, sem um embasamento maior e mais profundo para esse conteúdo. Enfim, não estou querendo dizer que existam pessoas que, efetivamente, façam isso também nas redes sociais, né? Cof… Cof…

Bom, vou lá amolar a enxada.

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Master of None (2015)

Netflix

http://www.netflix.com/title/80049714?locale=en-BR

 

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