Entenda o hype dos #top padres cantores

A música católica (procurar por catholic church music no iTunes) se parece bastante com a música gospel (procurar por gospel music no iTunes) no geral, com a exceção que, no caso dessa segunda, eles não acreditam em santos. No primeiro estilo, sim, eles acreditam em santos – e, também, nos padres cantores!

No entanto, numericamente, não há como comparar os estilos. Tenha certeza absoluta que, nesse exato momento, um novo artista evangélico está lançando seu disco no mercado. Eles são muitos, de várias igrejas e estilos, com shows, com hinos, com clipes, com canais inteiros dedicados a essa música – se fossem unir os músicos católicos e seus clipes em um único canal, não tinha 1h30 de programação.

Esses dias andei falando sobre isso no Twitter e, como agora temos esse almoxarifado, resolvi prolongar o tema aqui no Homem Benigno.

Mas é fato: quem acompanha a cena da música católica manja que o que Pe Fabio (@pefabiodemelo ) fez foi equivalente ao Oasis no rockinho

— funcionário🌱Marcelo (@marceloindaniel) September 14, 2014

A música católica tem sua turma das antigas, lá da época do Onça, um pessoal que mandava ver nas músicas que depois passavam a integrar o hinário das celebrações. Nessa turminha boa estavam Mozart, o finado Vivaldi, Liszt, entre tantos outros dessa época onde era muito mais fácil arranjar um gênio que revelar uma fotografia boa.

No entanto, o real motivo desse post é abordar o cenário brasileiro: os parcos nomes da pop music católica nacional e o peso comparativo que eles exerceram na cena local dos músicos-discípulos de Pedro (procurar por Peter no iTunes):

Os padres cantores e seus equivalentes no rock

Padre Zezinho SCJ (sigla para congregação do Sagrado Coração de Jesus – e não São José dos Campos, como você havia inicialmente pensado) é um vigário-cantor que tem o mesmo papel de Bob Dylan quando o tema é pioneirismo e representatividade. Cante uma música de igreja aí, pode ser apenas mentalmente. Tem 80% de chance dessa canção ser de autoria do Pe Zezinho. Sem falar que, tal qual o Dylan, ele também está esperando publicar a aposentadoria faz um bom tempo já.

Padre Marcelo Rossi surge como uma furacão na cena da música católica nacional no ano de 1998. Numa época em que o pessoal andava bocejando entre 30 e 40% da duração das missas, ele aparece: jovem, recém-ordenado, professor de educação física e com um CD repleto de hits – lembra ou não o surgimento do jovem Axl Rose? E logo em seguida, a música que embalava as missas com o ritmo de baterias, passaria também a estar em casamentos, churrascos e baladinhas universitárias.

Padre Antonio Maria é um ponto fora da curva. Tal como o Mudhoney, que era uma barulheira ferrada, mas que caiu nos gostos do finado Kurt Cobain (crooner da Nirvana), o pároco fez certo sucesso na mesma época que Pe Marcelo, principalmente por ser da preferência de Roberto Carlos. Isso mesmo, o Rei. Além da relação próxima com os famosos, também fez sucesso por carregar para todo o lado uma capelinha de madeira com uma santinha.

Padre Fábio de Melo fez com a música católica o que o Oasis fez com o britpop e, consequentemente, com todo o rock ouvido por gente que não pode deixar o cabelo crescer por causa do serviço. Boa praça e com um discurso tão claro que até parece um padre fazendo um sermão… opa, peraí. É o padre-cantor do momento, seu disco de 2008 bombou e foi apenas o primeiro de tantos outros. Seus vídeos no YouTube são compartilhados em escalas NickMinájicas. Pe Fábio é o cara, parabéns, continue assim.

Esses são os #top padres cantores!

Leia mais sobre o catolicismo em:

A Anunciação de Maria segundo o Homem Benigno