Há uns anos começou essa conversa de que o caçula de Ozzy Osbourne, Jack, trabalhava em um documentário sobre o próprio pai. Confesso que eu larguei isso quieto e fui até embora. Uma porque o que um herdeiro ia deixar ser publicado da figura paterna; outra porque, como fã desse canalha desde cedo, já vi uma cacetada de produções sobre sua vida. Como diz sabiamente meu amigo Pedro “Bola” Simensatto: Eu tenho tudo dele no YouTube”.

Eis que esses tempos finalmente assisti ao documentário God Bless Ozzy Osbourne (2011) que tem, entre os diretores, aquele sujeitinho que fez O Albergue e, rapaz, você acredita que achei o filme dahorinha?

A trajetória do tiozinho do metal (tem 66, faz 67 em dezembro), para quem é fã, já virou carne de vaca:

nasce pobre

vai preso

forma banda de rock

um dos caras vê que o povo gosta de coisa de terror

vira Black Sabbath

cheiram uma carriola de cocaína

Ozzy é mandado embora da banda

Ozzy começa carreira solo

Morre o guitarrista #top em acidente estranho

Ozzy come pombo

Ozzy come morcego

Sujeito se suicida com seu disco na vitrola (eles comentam)

Ozzy lança No More Tears e toca até hoje na 89

… e por aí vai.

Mas, o que esse doc tem de diferente é a imersão psicológica no ser humano Ozzy. O tempo todo ele faz questã de se mostrar, diante de câmeras que o acompanharam por dois anos, um sujeito que errou.

Chega até a forçar um pouco a amizade, vai. Mas é válido. Afasta aquela figura do fanfarrão, do Madman, do rockstar que levou tudo até as últimas consequências e só está vivo por um milagre.

Poster do documentário
Poster do documentário

Pontos altos da fita

Imagens maravilhosas de Randy Rhoads recebendo um prêmio da revista Guitar Player.

Vídeos de diversas coletivas de imprensa em que Ozzy estava literalmente batendo pino.

Raríssimos depoimentos da filha mais velha do segundo casamento, Aimee Osbourne, que está bonita a danada hein? Diz que é modelo.

As revelações sobre a época do reality show The Osbournes da MTV. Para muitos, inclusive para seu inseparável assistente pessoal, essa foi a mais drástica época do alcoolismo do cantor. Aquele estilo completamente freio de mão puxado era, na verdade, causado por uísque e comprimidos. A coisa estava tão feia que o filho Jack revela que a decisão de topar a atração foi um erro e que, muita coisa, não teve como ser utilizada. “Era real demais”.

É, meu sobrinho, a vida pode ser real demais. Até mesmo para um fodão do rock.

 

Onde encontrar

Eu assisti essa parada no NOW da NET, em HD, no acervo do canal BIS.

No entanto, o filme God Bless Ozzy Osbourne está disponível em Blu-Ray em bons preços nos sites da Americanas, Submarino e na Livraria da Folha.