No ano de 1999, pouco tempo antes de falecer, o inesquecível Benício barbeiro, que fez história em Pirajuí, recebeu um convite inusitado.
O jovem Leonardo Cipriani, à época um estudante universitário da Unesp Bauru, pediu permissão para que ficasse algumas horas em sua pequena barbearia, captando algumas impressões.
O ponto comercial de Benício barbeiro era (e é) extremamente conhecido. O pequeno estabelecimento, quase um corredor, situado em um ponto íngrime da rua 9 de julho.
Hoje, a arte dos cortes de cabelo e barba mantem-se ali perpetuada nas mãos do meu amigo Doninho Cabeleireiro.
Mas, antes dele, foi com Benício que a clientela esteve, durante anos e anos, até o afastamento pela doença e sua morte.
Na tesoura e no apito
Simpático e com um jeitinho todo bondoso, Benício barbeiro era uma figura muito popular em Pirajuí. Tinha uma clientela fiel, que tinha como predominância um público mais velho.
Não que também não cortasse dos jovens ou das crianças. Eu mesmo, pelo que me lembro, devo ter sido levado até lá pelo meu pai ao menos uma vez.
Benício Pereira da Silva também tinha outros talentos além da exímia habilidade na tesoura e navalha.
Curiosamente, também marcava a presença nos gramados, como árbitro de futebol. Numa época em que tanto o Pirajuí Atlético quanto o Flamengo ainda brilhavam em suas disputas, os confrontos costumavam ter ao centro a figura pacata, de bigodes, e toda encolhida do Benício barbeiro.
Apesar de parecer bonzinho, era muito atento e rígido nos apitos. Claro que, de vez em quando, sempre sobrava um ou outro xingamento da torcida, que lotava o Estádio Municipal Francisco Nazareth Rocha.
Na legislatura da Câmara Municipal entre 1977 e 1982, Benício barbeiro foi eleito vereador. Ao seu lado, figuras como o saudoso João Leal, Abdias Machado, Evilácio e, inclusive, a primeira incursão do então jovem Luiz Carlos Serrato na política.
Faleceu em agosto de 1999, como já escrito anteriormente, pouco tempo depois dessas fotos, vítima de um câncer.
O salão de Benício barbeiro
Todo mundo que corta o cabelo com o Doninho conhece cada centímetro do salão na 9 de Julho, afinal, muitas vezes a espera é longa – de sábado então, o certo é colocar o relógio para as 5h da manhã.
No caso do salão do Benício barbeiro, aquele espaço era um portal para toda a cultura do seu proprietário, uma decoração que misturava fé e esporte.
Duas devoções: à Nossa Senhora Aparecida, presente em imagens, fotos e folhinhas e, também, ao Sport Club Corinthians Paulista.
O fotógrafo Leonardo Cipriani foi muito feliz em capturar a essência do local. Detalhes que faziam da experiência de frequentar o salão do Benício barbeiro algo único e marcante.
Quem vivenciou, certamente vai se emocionar ao rever essas imagens. Saudades, Benício!
celso roberto de oliveira
19/06/2020 — 14:43
tive o prazer de conhece-lo e conviver bom periodo que morei em Pirajuí,pois
meu pai foi seu sócio (chico careca) durante muitos anos.
israel cardoso de oliveira
22/09/2020 — 04:12
Eu era padeiro na padaria santa edwirges, a padaria era onde hoje fica a biodrogas e ele passava la as 4:30 sempre junto com seu luiz virgilio do cartorio, tomavamos cafe e ele levava pao duro pra tratar das pombas, isso quando nao chorava e xingava o corintians por ter perdido no jogokkkkk que saudades! seu luiz virgilio pai decao do cartorio outra figura abeçoada! ha geralmente o seu luiz fazia a barba e cabelo logo as 5 da manha
Hilda Rosa Daniel
28/12/2020 — 01:36
Quem é o senhor que o Benício está cortando o cabelo? Alguém sabe ?
Francisco Bonadio Costa
08/12/2021 — 23:12
Antes da 9 de Julho, o salão era num prédio antigo onde hoje é área de carga e descarga de mercadorias da Elétrica Pirajuí. O Benício também jogou futebol no time dos barbeiros, no campeonato varzeano local, usando tornozeleiras por cima dos meiões
Cícero Ferreira Da Silva
11/12/2021 — 17:23
Naquela época vereador não tinha salário. E como eles trabalhavao não tinha promessa eles faziam. Hoge é só salário exelente serviço só na boca do caixa