Cantora Suzamar: talento que nasceu em Pirajuí

A cantora Suzamar faleceu em 2018 e deixou uma carreira com presença marcante no rádio e na TV, em programas da música sertaneja caipira. Nasceu em Pirajuí e teve a cidade como peça importante em sua biografia.

Foi nos anos 1970 que a cantora de cabelos loiros e o sorriso marcante começou a fazer sucesso em larga escala, sendo difundida inicialmente pelas rádios de música sertaneja da época.

Seu grande sucesso veio com o disco “Galopeira”, gravado em meados da década, pela gravadora Califórnia. No LP, uma versão bastante diferenciada do hit “Galopeira”, música paraguaia composta por Mauricio Cardozo Ocampo, colocou a cantora no radar das paradas brasileiras.

Aliás, apesar de paraguaia, “Galopeira” pode ser considerada uma das canções mais gravadas no decorrer da história do Brasil – inicialmente, foi entoada pelas vozes de Chitãozinho & Xororó e Pedro Bento & Zé da Estrada. Mas também é igualmente reconhecida na voz da também paraguaia, Perla.

Cantora Suzamar, uma pirajuiense

Apesar do nome artístico ser o mais reconhecido, a cantora Suzamar nasceu Amélia. Amélia Machado de Souza, filha da nossa Pirajuí, no ano de 1945.

Seus pais eram Joaquim Machado de Souza e Maria Rita de Souza. Ainda criança, na efervescente Pirajuí dos anos 1950, a música passou a fazer parte da família.

Inspirada em duas adolescentes nascidas em Ourinhos e Palmital, as Irmãs Galvão (1947), que posteriormente seriam As Galvão, a pequena Amélia uniu sua voz à caçula Aparecida.

Os vizinhos pirajuienses passaram a ouvir a voz doce das duas crianças cantando. Adotaram o nome artístico “Irmãs Souza”.

Em uma época onde toda divulgação era difícil, ficou a cargo das ondas da então “ZYT-6 Rádio Pirajuí, integrante das emissoras unidas”.

À época, fez muito sucesso em toda região a programação infantil da emissora de rádio. Foi nessa estrutura que as Irmãs Souza passaram a atuar e buscar um lugar na estrada do sucesso.

A carreira solo

O pai Joaquim era um incansável incentivador da carreira das filhas. Com as pequenas sob os braços, ele percorreu todo o estado de São Paulo, literalmente, “batendo palma” em cada lona de circo, em busca de um horário para que as duas pudessem soltar o gogó.

Não se esqueça que, naqueles tempos, os shows em circo eram muito comuns. Tanto que foi em uma dessas apresentações, justamente em Pirajuí, que se conheceram Tião Carreiro & Pardinho.

Entre 1959 e 1973, as Irmãs Souza lançaram seis discos. Após o período, a irmã Aparecida, conhecida como Suzi, deixou a formação original. Por outro lado, surgia a chance de que sozinha, Amélia galgasse outros espaços no mercado da música.

Já como cantora Suzamar, aliou o nome artístico a uma série de lançamentos e atuações no mundo musical que. O sucesso daquela década foi o início de uma jornada de mais de 20 discos! Conheça aqui a sua vasta discografia.

Aliás, a explosão de sua carreira tem forte relação com a atuação do empresário (e, posteriormente, seu marido) Aristides Jr., que falecera em 2013. Nome muito forte na música brasileira, responsável por “descobrir” talentos como Sérgio Reis e a dupla Teodoro & Sampaio.

Ao lado do marido, foi apresentadora do extinto programa Canta Brasil, na TV Gazeta, dedicado à música sertaneja.

Sempre se saiu muito bem na tela. Era presença marcante em programas do gênero, com o Viola Minha Viola (TV Cultura), entre tantos outros de emissoras locais, espalhadas pelo país.

Até pouco tempo antes de adoecer (ela sofria de Mal de Alzheimer), era convidada para programas diversos – inclusive na internet.

Já septuagenária, impressionava pela presença de palco, a disposição e o pensamento rápido nas entrevistas que concedia. Tinha uma humildade muito evidente. Quando tentavam lhe dar um tratamento diferenciado, por ser uma artista, ela dizia na hora: “entre mim e um lixeiro a única diferença é nossa profissão”.

Faleceu em 8 de julho de 2018, deixando grande comoção e luto na comunidade sertaneja brasileira.

Suzamar é filha de Pirajuí. Elevou o nome da nossa terra e enche nosso coração de orgulho!

* Em tempo: agradeço ao leitor José Maria Santana pela sugestão do artigo!