Foi você quem me fez assim

O adeus ao Dr. Mazzottini: 40 anos de Centrinho

O pirajuiense Reinaldo Mazzottini faleceu na última terça-feira, 2, em Bauru, cidade onde residia, vítima da Covid-19. Professor querido e renomado cirurgião bucomaxilofacial, deixou sua marca na história por sua excelência na profissão.

Foram nada mais nada menos que 40 (quarenta) anos de atuação no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC), o Centrinho da USP Bauru, referência no Brasil e na América Latina.

Para se ter uma ideia da competência de Mazzottini na sua área de atuação, ele foi um dos um dos precursores do desenvolvimento da cirurgia ortognática no Brasil na década de 1980.

Esse é procedimento para corrigir discrepâncias maxilomandibulares e promover uma melhor oclusão e estética facial –, atuou na Faculdade de Odontologia de Bauru – FOB-USP (de 1974 a 2003), como professor do Departamento de Cirurgia, Estomatologia, Patologia e Radiologia, e no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais – HRAC-USP (até 2016), onde liderou a equipe de Cirurgia Bucomaxilofacial por três décadas. Essas informações são da nota de pesar publicada no site da instituição, onde ele era um colega bastante admirado.

Seu obituário publicado no JC traz ainda outros pontos de sua dedicação. Seu amor pelo Centrinho era tão grande, que era comum vê-lo preocupado até mesmo com problemas da infraestrutura do local. Ele queria aquele hospital sempre pronto para dar o melhor para os pacientes. Era uma grande paixão de sua carreira.

Como profissional, acumulou na carreira casos gravíssimos, onde seu talento e dedicação foram responsáveis por salvar vidas e, literalmente, dar novas oportunidades de viver a pessoas severamente feridas em uma região tão sensível.

Mazzottini, um pirajuiense que nos orgulha

Nos últimos dias, pudemos notar uma grande comoção dos pirajuienses aguardando notícias sobre Mazzottini, diante da informação de sua internação.

Foi um colega e amigo querido de toda uma geração de pirajuienses. Sempre lembrado por sua forte amizade e pelo notório vínculo estabelecido com suas irmãs – pessoas igualmente queridas na cidade.

Além disso, há o peso do nome de Mazzottini em sua profissão. Aquele sentimento que já recai por outras gerações (inclusive, a minha), que é a de ter um profissional do “calibre” dele como conterrâneo.

Ter um pirajuiense que viveu na mesma cidade, brincou nas mesmas ruas e que, com tanta dedicação, fez tanto pela saúde e pelo bem-estar do próximo. Esse legado o Professor de Doutor Reinaldo deixará para sempre.

fotos: HRAC-USP

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