Os caminhos da vida de homem duns 30 anos e está mais ou menos bem empregado são: ou você arranja uma moto de uns R$ 20 mil reais pra cima; ou você dá a entrada num terreninho; ou vai atrás de mergulho; ou você queima esse dinheiro no jogo, no carteado.

Foi pensando nesse público e na audiência de pessoas que gostam de violência, nudez moderada e pega-pra-capar (o que corresponde a uns 62% da humanidade), que o canal FX botou no ar em 2008 a série Sons of Anarchy – que não sei como não virou Os Filhos da Narquia por aqui.

Essa série fez muito sucesso nos EUA e está para acabar de vez agora em Dezembro, mas o que acontece é que, com o advento da Netflix™, o pessoal está descobrindo ela assim que acaba de ver a segunda temporada de House of Cards.

Ou seja, mesmo sendo lá de trás, é muito comum você ouvir a galera discutindo groselha de SoA hoje em dia. E não é à toa, a história te contagia. Quer saber por quê? Eu te conto.

Imagina um bando de marmanjos nos seus 30, 40, 50, 60 anos que, ao invés de prestar um concurso, abrir um mercadinho ou botar um caminhão pra fazer frete, ficam enfurnados em um… isso mesmo… um MOTOCLUBE.  Trata-se do Sons of Anarchy Motorcycle Club, Redwood Originals ou, simplesmente, SAMCRO.

Eles têm lá uma oficina de fachada, mas o que importa mesmo é essa gangue de Harley Davidson. Todas as tretas da vida inteira desse povo foram por causa dessas motos. Ninguém tem uma doença, ninguém tem formatura de filho, hipoteca de casa, nada! É só moto e colete de couro e graxa e fumaça de escapamento, dia e noite.

que turminha boa
que turminha boa

 

Uma vida regada a BO

Não existe dia bom dentro de Sons of Anarchy. É só merda e encrenca o tempo inteiro. A cidadezinha que eles dominam lá, Charming, é um barril de pólvora. Os caras cruzam a esquina, explode um caminhão. Sai à noite para um bar, vem uma gangue de mexicano e acaba com tudo. Se eles escapam de uma fria, logo estão envolvido com carregamento internacional ilegal de armas. Às vezes eu penso: “cacete, isso aí tá parecendo ficção”.

O personagem principal da trama é o Jax, loirinho, fortão, fica usando umas roupa de skatista e vira e mexe filmam a bunda dele. Mas ele é freio de mão puxado, meio PM (Pau Mandado) da primeira namorada de infância, Tara. Essa daí é um furacão, bonitona, gostosa, tem uma boca… O cabelo é meio sofrido, tem que dar uma olhada no pessoal que está fazendo esses penteados dela para o FX não usar mais nas outras séries viu. A Tara é médica, violenta, CDF e fica atrás do motoqueiro. A mulherada gosta da coisa.

A mãe do Jax é a Gemma, tiazona com uma cicatriz no meio dos peitos, umas tatuagens meio verde já, inteirona. Ela é a mãe coruja da trama. É meio devagarzona na atuação também viu, mas depois eu descobri que ela é casada com o diretor, ator e roteirista da coisa toda, ou seja, não sou eu quem vai falar nada nessa fita, né?

Clay é foda. Clay é o fodão da parada. Ele é vivido por aquele atorzão cabeçudo que é o Hellboy, saca? Em Sons of Anarchy Clay é simplesmente o presidente do motoclube – ou seja, ali dentro ele é deus. Jax, seu enteado, é vice-presidente, ou seja, ali dentro ele é São Pedro.

Existe uma questão moral em jogo – e que movimenta a trama. O finado pai do Jax queria que esse bando de motoqueiro ficasse mais na filosofia de vida que nas fita errada. Quando essa informação chega ao rapaz, ele dá uma endoidada e começa a ver o clube com outros olhos.

Daí, meu amigo. É só treta. Some a isso um bando de outros integrantes figuraças no motoclube e música boa, uns country gostoso de ouvir. E tiro, bala, espingarda, bomba, moto acelerada, xote de tequila, ô vida boa. Depois vocês falam que tem que ficar indo atrás de corrida em parque, suco de clorofila, vocês não sabem de nada.
Assiste aí a série e depois você me fala. Eh noix! É tudo pelo clube.

Tara, Gemma e Oppie posando para a cybershot no interior da oficina.
Tara, Gemma e Oppie posando para a cybershot no interior da oficina.