Antes de ocupar a cadeira do Executivo Municipal em Pirajuí, entre 1977 e 1983, o saudoso Prefeito Falavinha foi um elogiado fiscal geral de obras da prefeitura.

À frente das equipes de manutenção e maquinários da gestão do então chefe do Executivo, Waldemar Pfeifer (In Memoriam), desenvolveu um excelente trabalho.

Naqueles anos na década de 1970, a cidade recebeu um up em organização e realizações. Sua presença nas ruas, em contato com o povo, durante esse trabalho que é marcado pelo “tête-à-tête”, teve um resultado favorável em sua carreira.

Nas eleições seguintes, passou a ser o Prefeito Falavinha.

Prefeito Falavinha com a neta Yara no colo (Acervo Familiar)

Presença marcante

Cesar Falavinha Neto – mais conhecido como “Nino Falavinha” – era um homem alto e corpulento. No período em que foi prefeito, estava sempre com os cabelos brancos cuidadosamente penteados para trás, combinando com o indefectível bigodão.

Mesmo fora dos compromissos políticos, era comum vê-lo vestido com traje social. Camisa por dentro da calça, sempre bem alinhado.

Sua única passagem na prefeitura, no entanto, foi marcada por um período de muitas transições na economia de Pirajuí.

Teve de gerenciar problemas, por exemplo, envolvendo o atendimento médico à população rural e, por diversas vezes, foi obrigado a pleitear por mudanças no Governo Federal da época.

Foi em uma dessas tomadas de iniciativa que surgiu a história que narramos aqui neste artigo.

Falavinha morreu em 1991, aos 71 anos de idade.

Registro raro, de Renata Mancuso, da esquerda para direita, o então fiscal geral, Falavinha e D. Ana, vereador João Leal e D. Dolores, vereador Serrano, vereador Hilário e D. Geni Mancuso, Waldemar Pfeifer, Serrato e D. Daisy, Volnei Golim, vereador Abdias Machado e esposa e o filho Airtão Machado

O Prefeito Falavinha e Paulo Maluf

Paulo Maluf foi governador do Estado de São Paulo entre 1979 e 1982.

Dentre os projetos que se orgulha em ter colocado em prática, em sua biografia, está a criação dos chamados “governos itinerantes”.

Por meio de um decreto, o então Governador e equipe de secretários escolhia um município de todo o Estado para ser, durante um dia, sede do governo.

Nesses dias, era muito comum que prefeitos e autoridades regionais fizessem fila para conversar e confraternizar com o famoso gestor.

No entanto, em uma das vezes em que esteve em Bauru, o político não contava com a presença do Prefeito Falavinha.

Apesar de Paulo Maluf ser conhecido pelo seu jeito chamativo, com respostas prontas e provocativas, em especial contra jornalistas, foi a atitude do alcade de Pirajuí que chamou atenção.

Segundo reportagem do jornal Folha de São Paulo, publicada no dia seguinte, Nino tomou toda a agenda matutina do homem para fazer pedidos para a terrinha.

Como apontou o jornal, à época:

“Pela manhã, Maluf recebeu seis prefeitos, entre os quais o de Pirajuí, Cesar Falavinha, que foi, durante o todo o período em que o governo esteve instalado em Bauru, o que mais reivindicou”.

Dentre os pedidos feitos, estava a limpeza dos córregos que cortam a cidade de Pirajuí – algo que, à época, imagino eu, não foi atendido.

Por fim, outro sonho do Prefeito Falavinha da cidade nessa tarde tão marcante, acabou ficando só no âmbito da solicitação ao governador: a instalação de uma Faculdade de Agronomia em Pirajuí.

Um sonho grande e que, certamente, tinha tudo para mudar os rumos da cidade. Um sonho do tamanho do inesquecível Ninão Falavinha!

A reportagem no jornal Folha de S. Paulo da época