Muita gente telefona para nossa central ou envia cartas dizendo: mas nossa, Marcelo, esse blog só fala de jogo antigo e  série que já acabou faz miliano, por que você não bota algo mais atual por aí? Isso te daria mais pageviews, posts patrocinados ou, quem sabe, até mesmo o aclamado #adsense. Geralmente para essas pessoas eu respondo: é o seguinte, ô abençoado, você viu algum botãozinho para contribuir com o site? Você tá mandando um dinheirinho para eu pagar o meu domínio? Ou para arrumar o Gol bola do meu webmaster? Então bicho, você fica pianinho aí, vê o post, compartilha e para de atrapalhar quem está querendo ler.

Cada uma que me aparece.

Spartacus é uma série de 2010, acho que passou no Brasil pela HBO, mas o povo anda esmerilhando ela atualmente via Netflix. É uma trama baseada numa história real. De fato existiu um gladiador com esse nome, lá atrás, que desistiu das arenas e foi combater o Império Romano, que na época eram o Harlem Globetrotters dos conquistadores do mundo antigo.

Como toda boa jornada do herói, antes da treta ter início o jovem Spartacus (que nem tinha esse nome ainda) tinha uma vida como qualquer ser humano que trabalha na lavoura ou que recolhe dinheiro nas cabines de pedágio. Cabeludo, vivia num povoado com sua amada, geralmente transando, afinal, a televisão iria se popularizar só na década de 50 né? E o Atari então só no final da década de 70.

Quando Roma chega na parada aí a festa acaba. Um representante do Império vira um verdadeiro empata-foda para Spartacus, aliás, mais que isso: um empata-vida.

Aliás, uma coisa que eu gosto muito é a roupa dos oficiais romanos. Legal que mistura aquele peitoral com as faixas transversais, que são um sinônimo de virilidade, com uma capinha vermelha atrás e uma sandalinha de couro trançado. É como se desse uma ferramenta Multiply do Photoshop (um abraço, pessoal da Adobe) tendo numa camada o Alexandre Frota e na outra o cantor Luis Caldas.

Só sei que a trama percorre diversos caminhos e ele vai parar nas arenas.

 

Um gladiador

O gladiador tem um pouco de jogador de futebol nos dias de hoje. O cara sai do nada e consegue levantar as multidões com seu desempenho na arena. A diferença é que, no Coliseu um simples sinal do polegar decide a vida ou a morte do guerreiro. Nos estádios, o gesto com a mão do empresário vai definir se o jogador vai ter um acessível ix35 ou um inalcansável Volvo Neymar.

Sem falar que o gladiador é um escravo, possui um dono. Esse proprietário tem os punhos de seus guerreiros como meio de vida, daí arranjam para eles treinamento, comida (geralmente um mingau terrível) e, de vez em quando, umas garotas.

Nos combates entre gladiadores, a multidão vibra e comemora diante de sangue, com comida e vinho. Por outro lado, os governantes podiam ter sua vida de roubos e saques sem que a opinião pública estivesse de olho. Essa fase da história ficou conhecida como A Política do Pão e do Circo de Soleil.

 

É o Seal? Negativo, é o professor Oenomaus. Tá riscado hein? Também você não vê o bicho bebendo coca ou indo em Habib
É o Seal? Negativo, é o professor Oenomaus. Tá riscado hein? Também você não vê o bicho bebendo coca ou indo em Habib

 

Deu ruim

Spartacus tem uma trama meio fraquinha, mas que chega a contagiar. Não é uma série que te derruba, mas com facilidade você se apega às personagens: começa a querer entender um pouco mais da história romana, das arenas ou então se vê aumentando a série de abdominais no seu treino.

Rapaz, mas vocês não sabem da maior – ou talvez até saibam, mas não lembrem: o ator principal da primeira temporada adoeceu, foi afastado para tratamento e, infelizmente, não resistiu e morreu 🙁 .

No período que ele estava lutando contra a doença, os produtores fizeram uns bons capítulos que narravam o início de tudo – apesar que alguns personagens nos seus 60 anos ficaram deprimentes em sua versão maquiada nos 30. Aliás, eu acho muito difícil simular a idade de um ator no cinema, por isso que é bom ter um louco quenem esse rapaz que fez esse filme Boyhood e segurou o mesmo menino e o elenco inteiro um monte de ano, recolhendo INSS, tudo certinho. Porque senão fica quenem aquele filme argentino bom pra kct, O Segredo dos Seus Olhos, em que o Ricardo Darín novo é perfeito, mas o Darín velho parece que estourou um saco de cal na cabeça enquanto carregava.

Enfim, com a morte do protagonista, escolheram um outro rapaz para encarnar o Spartacus. No começo a troca foi caótica, aconteceu o mesmo na primeira versão da novela mexicana Carrosel, quando numa terça-feira o personagem Firmino era grisalho e, na quarta-feira, sem avisar, me aparecem com um Firmino de cabelo escuro, lembra? Nos rebelamos e quase botamos fogo em nossa escola primária naquela época – exigíamos uma explicação.

O foda é que, com o passar do tempo, você simpatiza com o novo rapaz. E como tem um monte de personagem fudido, passa a relevar essa triste história que envolveu a série.

Vou te falar, é uma produção que não vai mudar sua visão de mundo, mas dá aí para você perder um tempinho dando uma olhada nos menino brigando, nas 389 cenas de sexo, na boa música épica e naqueles efeitos de câmera meio-Matrix-meio-300-de-Esparta-meio-marguerita.

 

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