Foi você quem me fez assim

Como era a mídia de Pirajuí em 1977

Tivemos acesso a informações curiosas sobre a mídia de Pirajuí e outros dados, presentes no Guia Brasileiro de Mídia no ano de 1977.

O documento histórico faz um raio-X dos veículos de comunicação da cidade e traz alguns dados interessantes.

Para começo de conversa, faz referência ao nosso majestoso cinema: o Cine São Salvador, que ilustra essa postagem do Homem Benigno e que, no guia, está sendo chamado apenas de “São Salvador”.

Na publicação, há registro de sua magnífica capacidade: 1.035 lugares!

Infelizmente, sou de uma geração em que o cinema de rua (não apenas o de Pirajuí) já estava em declínio. Nunca assisti a um filme sequer em sua fase mais clássica. Posteriormente, em uma das reinaugurações, pude aproveitar da atração.

Mas quantas e quantas histórias reserva esse prédio tão lindo, não é mesmo?

Namoros, intrigas, emoções – e até mesmo confusões! Como o saudoso Zé da Lei retirando a molecada que não tinha idade para frequentar as sessões!

mídia de Pirajuí
Belíssima fotografia do majestoso Cine São Salvador em excelente forma!

 

A Rádio Pirajuí

Hoje Pirajuí Rádio Clube, em 1977 a nossa querida emissora recebia o nome de Rádio Pirajuí Ltda., prefixo ZYT-6, Ondas Médias, potência 0,25 kw, 1.520 khz.

De acordo com o guia que cita a mídia de Pirajuí, as atrações eram transmitidas das 5h30 às 22h, não havia programação ao vivo e nem estrutura de externas.

mídia de Pirajuí

Segundo o Guia, consta que a direção da emissora era do padre Francisco de Mira, que teria vindo de Alfenas (MG) para o cargo na emissora. A gerência era de Francisco José Bannwart.

A Rádio Pirajuí já era uma emissora católica – a Paróquia de São Sebastião ficou com 70% das ações e os outros 30% foram adquiridos por quatro antigas famílias de Pirajuí.

No entanto, nesse ponto há uma incoerência com o Histórico que consta no site da emissora, que afirma que o padre Mira teria retornado a Alfenas no final dos anos 1960, deixando o padre Gerardus Lambertus Scheepers em seu lugar. Esse nome é desconhecido para vocês? Saibam como ele era chamado no Brasil: Padre Godofredo!

À época, o capital social da Rádio Pirajuí Ltda. era de 78.000,00 cruzeiros.

De acordo com o Guia Brasileiro de Mídia, em 1977, as principais atrações da rádio eram os programas Despertar Sertanejo, Força Total e Rádio Notícias.

Tive o privilégio de trabalhar na emissora, aprender tanto com esse crânio que é o jornalista José Antônio Moreira e tantos outros colegas especiais, como José Wilson, Arnaldo, Maria Lúcia, professor Luis Emilio, saudosos João Luz e Edu Nascimento, entre tantos outros.

A rádio ainda teve em seus microfones comunicadores sensacionais como Osires Neves (o nosso Cid Moreira), o lendário Jota Rodrigues, Faria Neto, o nosso ídolo rock’n roll Piter Pereira, Ivo de Luca, Dona Maud, Tito Madi (!!!) e tantos e tantos outros!

O Jornal de Pirajuí

Sob a direção do grande Basilio Altran e localizado na rua 7 de setembro, o Jornal de Pirajuí foi fundado em janeiro de 1976 e era bi-semanário.

De acordo com o Guia Brasileiro de Mídia de 1977, a publicação tinha dois funcionários cadastrados e uma tiragem de 2 mil exemplares em impressão tipográfica!

mídia de Pirajuí

Aqui busco mais informações nas pesquisas do jornalista e pesquisador pirajuiense meu xará Marcelo Volpato.

Altran já era figura conhecida da mídia de Pirajuí. No final dos anos 1950, era de sua tutela a Tribuna de Pirajuí. Já nos anos 1960, editou também a Folha da Comarca, até inaugurar o famoso Jornal de Pirajuí.

Outro detalhe interessante apontado por Volpato:

O lendário comunicador já citado neste texto, Jota Rodrigues, também era funcionário do Jornal de Pirajuí e, para “ampliar a renda”, criou o Cine Jornal, que era distribuído aos sábados após as sessões do Cine São Salvador, com notícias e fofocas dos astros e artistas. Era um enorme sucesso que, posteriormente, foi conduzido pelo Chico Vilela.

Anos depois, o Semanário O Alfinete também nasceria desse jornalzinho do cinema!

 

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Que época deliciosa para se viver na cidade de Pirajuí, não é mesmo amigos?

 

Mais uma vez, o meu agradecimento ao jornalista e escritor Matheus Trunk, que nos enviou esses excertos sobre a terrinha. Grande Trunk!

 

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