Foi você quem me fez assim

Oity de Macedo: memórias de um perfeccionista

Entre os anos 1950 e meados da década de 1970, a cidade de Pirajuí e, principalmente, a então Escola Industrial Professora Maria Angélica Marcondes tinham seu nome divulgado por todo Estado graças à música.

Mais especificamente, graças à Banda Marcial!

Ao lado de nomes como o Capitão Cirne e o talentosíssimo Antônio Paulo (Toninho da Industrial), a Banda Marcial da Industrial literalmente parava Pirajuí.

Posteriormente, passou a “contagiar” também a região e chegou, até mesmo, a fazer muito sucesso em duas apresentações em São Paulo, capital.

Além dos nomes já citados, entre os anos 1956 e 1976, a banda teve como maestro outro funcionário da escola: Oity de Macedo.

Durante os anos que ficou à frente da Banda, mostrou-se um verdadeiro aficcionado pela proposta e, junto com o Toninho, dividiam o período normal de trabalho na instituição com a dedicação intensa ao grupo musical, considerado pelo ex-diretor Miguel Mourão como “importante forma de difusão do nome da escola”.

Vale lembrar que, após a saída de Macedo, o Toninho ainda ficou à frente da banda que, no final dos anos 1980, passou a ter no nome uma homenagem ao saudoso Sadir Marlowe Bromati. (clique aqui para conhecer a história).

Linda foto de Oity com seu caçula, Daniel, nos braços

O “eterno” secretário de escola

Oity de Macedo é sempre lembrado pela forma como se dedicava aos assuntos que gostava muito, como é o caso da acima citada Banda Marcial.

Seu ofício também era alvo de enorme empenho. Tanto que, até hoje, é lembrado pela época em que foi secretário de escola na Industrial.

Eram outros tempos, tanto que, se não me engano, sequer existia esse cargo. Ao assumir suas funções na Industrial, em 16 de fevereiro de 1950, Macedo era Auxiliar de Escrita.

Memórias de outras épocas, do registro manual ou, no máximo, datilografado, em infinitos gaveteiros, arquivos e fichas sem a menor chance de ali existir um computador ou algo mais automatizado. Eram os secretários “raiz”!

Oity de Macedo deixou a Industrial em 9 de setembro de 1976. Não temos registros exatos sobre essa passagem, mas, ao que tudo indica, após uma promoção, passou a atuar no setor administrativo da Escola Estadual Olavo Bilac.

O eterno secretário: Macedo já em nova etapa profissional, na secretaria do Bilac – notem as estruturas e itens do ambiente de trabalho na época

Oity de Macedo, o pirajuiense

Nascido em Pirajuí, em 19 de maio de 1925, o nosso personagem de hoje deste Homem Benigno colecionava causas as quais se dedicava intensamente.

Uma delas era o Lions Clube, uma organização de serviços que trabalha em benefício de entidades assistenciais.

Outra delas era o Parque Clube de Pirajuí, espaço que Macedo frequentou bastante no passado e que, já nos tempos mais recentes, dedicou-se de corpo e alma com o perfeccionismo de sempre, por sua organização e bom andamento.

Carnaval de 1960 (seria no Parque Clube?): Mauro Bonadio, Macedo, Osvaldo Bonzo e Vani Vespoli (Acervo Família Bonadio)

Relembrando de fases da adolescência em minha geração, havia aquele alerta que: “O Sr. Oity de Macedo não quer a molecada usando boné dentro do Parque Clube”! Essa era uma das regras que nós acabávamos cumprindo, por respeito, não é mesmo?

Macedo faleceu em 1999, aos 74 anos. Foi casado com Maria Lúcia Deperon Pavão Macedo, também já falecida, e teve quatro filhos: Cristina, Adriana, Fernanda e Daniel.

Dr. Daniel Macedo, renomado advogado da região, é um querido amigo de infância e uma pessoa que, sempre que possível, exalta a memória de Macedo pai. Aliás, sem o acervo e as informações do filho, este artigo jamais seria possível.

Por falar de heranças e gerações, entre Oity de Macedo e seu filho Daniel, algo ficou cravado e, pelo jeito, será eternizado: a paixão pelos automóveis.

Em especial, o Volkswagen Passat Ts 78, modelo admirado pelos dois – e que o filho faz questão de celebrar, seja no uso do dia a dia, seja na formalização, com o Passat Club Pirajuí, do qual faz parte.

Por fim, uma curiosidade: em frente à casa de Oity de Macedo, na rua do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, não sei se ainda está por lá, mas, por anos e anos, estava ali plantado um bonito pé de oiti! Coisas de Pirajuí!

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