Quem foi o Doutor João Sampaio?
Muitas pessoas fizeram essa pergunta nos últimos dias. O nome de Doutor João Sampaio sempre esteve atrelado à simpática praça de Pirajuí, carinhosamente apelidada de Jardim das Éguas, por ficar ao lado do antigo Ponto de Charretes.
(Aliás, já falei por aqui sobre os charreteiros nesta homenagem ao Nico Loko, você já leu?)
A Câmara dos Vereadores de Pirajuí anunciou, recentemente, o projeto de Lei 011/2021, que muda o nome da praça para Persio Borges Leal, que agora passa a ser o homenageado naquele ponto.
Afinal, quem foi Doutor João Sampaio?
As respostas que ligam a história de Doutor João Sampaio à de Pirajuí estão em diversas fontes na internet: o grande site de genealogias, Family Search; também o Memorial dos Municípios.
Mas, ao que tudo indica, as duas pesquisas tem como fonte o nosso amigo historiador Gustavo Barros, autor do livro Conheça Pirajuhy. Ele, como era de se esperar, já se manifestou sobre o assunto na internet. Os dados abaixo eu coletei em sua pesquisa e em outras fontes do Estado.
Este personagem nasceu em Rio Claro (SP), em 1877. Formou-se na área jurídica e, ainda jovem, começou a atuar em Piracicaba (SP), onde foi inspetor de polícia, delegado e, posteriormente, o primeiro Juiz de Paz daquela cidade, em 1907.
A partir daí, começou uma promissora carreira na política, vinculado ao extinto Partido Republicano (PR). Foi deputado pelo Estado impressionantes cinco mandatos, além de uma passagem pelo Senado e pela Câmara de São Paulo.
Casou-se com Carlota de Moraes Barros, filha do ex-presidente Prudente de Moraes.
Voltamos à pergunta? Qual a sua relação com Pirajuí?
É muito importante.
No longínquo e fatídico ano de 1914, a nossa cidade tinha sido convertida em Distrito há sete anos, já sob o nome de PIRAJUHY.
Como a produção cafeeira não parava de crescer e, o então distrito de paz, pertencente à Bauru, prosperava cada vez mais e mais, iniciava, assim, um movimento de emancipação: Pirajuí queria ser município!
Uma comissão foi formada e coube ao pioneiro e grande cafeicultor, Coronel Joaquim de Toledo Piza e Almeida, liderar esse grupo, defendendo o objetivo político.
Na Câmara dos Deputados de São Paulo, o ousado projeto teve apoio de três membros daquela casa, que passaram a defender a ideia. Um deles era o Doutor João Sampaio.
Seu apoio foi fundamental e, em 3 de dezembro de 1914, através do Decreto Lei Estadual nº 1408, era criado o Município de Pirajuí, com território desmembrado de Bauru.
O município foi solenemente instalado no dia 29 de março de 1915, do jeitinho que narra o nosso Hino!
Mas não pense que Sampaio é uma exclusividade local: ele também ajudou na fundação de Garça (SP) e até de Londrina (PR).
Faleceu em São Paulo, onde atuava em um escritório de advocacia próprio, em novembro de 1969, aos 92 anos. Ele atuou na vida profissional por 72 anos! Inclusive na cama, doente, em meio a enfermeiros, orientava sua equipe de advogados.
Persio Borges Leal, o novo homenageado
Figura querida e marcante em sua simpática varanda da Avenida Rui Barbosa Lima, Persio Borges Leal carrega uma biografia na vida pública repleta de realizações.
Sempre foi um símbolo de um vereador de atuação exemplar, inclusive sendo presidente da Câmara, na década de 1960.
Foi fiscal geral da prefeitura e chegou a concorrer ao cargo de chefe do Executivo Municipal, mas não foi eleito.
Na vida familiar, é pai do querido Mauro, conhecido por todos como “Maureta”, cidadão respeitado e admirado por todos em Pirajuí.
Hoje é o nome de Persio que passa a denominar a praça conhecida como Jardim das Éguas.
Mas agora você também conhece um pouco mais a história e a importância de seu antecessor, o Doutor João Sampaio.
Ivete Fabrício
23/05/2021 — 00:58
Gostei mto de conhecer a vida de João Sampaio
Parabéns como sempre
Wagner Luiz Polito
23/05/2021 — 18:54
Muito justa a homenagem ao nosso sempre Vereador Pérsio Borges Leal. Assim, será lembrado como um grande pirajuiense.
Solange Eliana Ferreira Lopes
24/05/2021 — 17:53
Sem desmerecer o sucessor, opino pela volta do nome Dr. João Sampaio à nossa praça, especialmente por razão ética, o que se dá, não se toma, ainda mais de quem tanto mereceu…
Sem contar o perigoso precedente, para virar moda mudar outros nomes de espaços públicos…
funcionário Marcelo
24/05/2021 — 19:40
é isso aí, Professor!
funcionário Marcelo
24/05/2021 — 19:40
muito interessante o seu comentário, Dra! obrigado pela leitura
funcionário Marcelo
24/05/2021 — 19:41
obrigado, Professora!
José Roberto pavão dos santos
24/05/2021 — 21:34
De fato, se faz necessário observar detalhes. O “Jardim das Éguas” assim era chamado não por causa das charretes, mas sim porque ali era o ponto de chegada de carroças e montarias dos sitiantes que demandavam a cidade para compras no comércio aos sábados, a partir da “Boca da Onça” e a Rua Sete. Só existia a estação do ramal ferroviário e a praça giratória da locomotiva que deixava a composição na plataforma para retornar ao eixo principal da NOB. As charretes só tiveram ponto ao lado do prédio do mercado. E no local, froteiriço da Av. Rio Branco, entre as ruas De. Jorge Meirelles da Rocha (hoje) e a Rua Rodrigues Alves, havia intenso comércio de equinos, muares, ovinos e caprinos. Também era ponto das boiadas que demandavm o Mari Grosso pois havia ali um bebedouro que se alimentava das águas de uma nascente que vertia para o Douradinho Oeste, na direção do aJardim Aclimação. Quanto à mudança de nome, acho que o Emérito Pérsio Borges Leal merece um logradouro mais relevante.
funcionário Marcelo
27/05/2021 — 13:07
Obrigado pelo complemento, Bel! como sempre: magnífico!!!