Nos anos 1970, o Parque Clube recebeu colecionadores, jornalistas e visitantes de diversos pontos do Brasil e do mundo, para celebrar a filatelia em Pirajuí.
Organizada pelo visionário Amir Maggi, o renomado filatelista pirajuiense, a mostra encheu os olhos da população e tornou-se, talvez, o último grande evento internacional da história da cidade.
Abaixo, graças às informações do baú da família Maggi, vamos tentar contar um pouco do que aconteceu na grandiosa VII Exposição Filatélica de Pirajuí.
Filatelia em Pirajuí
A atividade de colecionar, catalogar, preservar e pesquisar selos tem início nas primeiras décadas de Pirajuí como município.
Ao que tudo indica, nos anos 1950 foi criada a Associação Filatélica de Pirajuí – um dos seus fundadores e membros foi o educador paulistano, filho de imigrantes russos, Walter Lerner.
Com forte atuação na educação, Lerner, que faleceu em 2012, acumulou realizações em todo o Estado de São Paulo – bem como, homenagens.
Em Pirajuí, além da filatelia, foi um dos fundadores do Rotary Club local, que ainda está em atividade.
A Associação Filatélica, por sua vez, perdeu o vigor com o falecimento de seu maior símbolo e defensor, o filatelista Amir Maggi. O órgão deixou de existir, segundo a Abrafite, no mesmo ano que seu grande incentivador – em 2005.
A primeira Mostra Filatélica de Pirajuí aconteceu em dezembro de 1951.
O encontro internacional
Na presença de Maggi, que logo passou a integrar a agremiação, as atividades se intensificaram. A dedicação do exigente filatelista praticamente colocou a cidade no mapa.
Entre os anos 1960 e 1980, não havia sequer um grande evento de filatelia (e, em alguns casos, numismática, que é a coleção de cédulas), que o município não estivesse representado.
Nesse momento se destaca o talento de Maggi como jornalista. Passa a escrever, relatar e a cobrir filatelia para diversos veículos de comunicação – sejam especializados ou não.
Eu o conheci graças a sua religiosa coluna em A Gazeta de Pirajuí, que era recortada, envelopada e direcionada a clubes de selos de todo o Brasil.
Em agosto de 1975, no entanto, talvez a cidade não estivesse preparada para o que aconteceria na VII Exposição Filatélica.
Para acompanhar a filatelia em Pirajuí, foi reservado o mais elegante espaço da época (que, ainda hoje, é muito bonito): o Parque Clube.
A exposição reuniu raridades e coleções exclusivas durante vários dias no hall da sede social.
A abertura, em especial, foi um acontecimento ímpar na história da cidade. Autoridades, ladeados de um orgulhoso Amir Maggi, fizeram a inauguração oficial do evento.
Consigo visualizar nas imagens o ex-prefeito Elias Aruth (até 1969) e Waldemar Pfeifer (a partir de 1977). Em 1975, o prefeito era Lázaro Lopes Bueno.
Aos leitores, por favor, se reconhecerem pessoas nas fotografias, me informe para que eu os identifique.
Os estrangeiros
Talvez o que mais impressionou na VI Exposição de Filatelia em Pirajuí foi a presença de convidados internacionais.
Colecionadores de diversos pontos do Brasil e do exterior se fizeram presentes na cerimônia de abertura e no elegantíssimo jantar de gala servido no Parque Clube.
Jornalistas que faziam a cobertura de filatelia ao redor do mundo estiveram acompanhando o grande evento. A foto que ilustra a abertura deste artigo, por exemplo, é de um jornal da Argentina.
Além dos argentinos, há relatos de colecionadores e jornalistas da Holanda, Espanha e Estados Unidos.
Diante dessas imagens e de tantos registros, trazendo para os dias atuais, passa a ser até difícil acreditar que Pirajuí recebeu tanto destaque em um tema tão específico, não é mesmo?
Era o tipo de surpresa que a dedicação de Amir Maggi era capaz de produzir. Quem diria, né, nossa pequena e amada Pirajuí…
Se ainda não conhece a vida do nosso maior filatelista, leia neste artigo:
Jacintho ferreira neto
10/04/2020 — 03:06
Sempre fui um apaixonado por selos quando criança, chegava a percorrer várias casas em Pirajuí, inclusive nas fazendas nos arredores da cidade atrás de envelopes onde muitas vezes eram a mim doados, recordo-me nos anos 70 que Pirajuí foi palco inaugural do selo em homenagem ao Barba Branca, e não esqueço que adquiri dois selos e um envelope branco pegando uma fila para receber o carimbo inaugural, tinha conhecimento do Amir Maggi, porem eu era um projeto de filatelista e vivia só nesse meu mundo de colecionador. Valeu a experiência.
Jacintho ferreira neto
10/04/2020 — 03:08
Em tempo, tal comemoração inaugural se deu no Parque Clube de Pirajuí
funcionário Marcelo
11/04/2020 — 15:15
que bela recordação, Jacintho! obrigado pela leitura de sempre